12/31/2018

Mais um ano...

Olá amigos, como vem sido nos últimos anos as postagens do blog estão de raro em raro, menos quando tem algum assunto relevante, e 2018 foi fraco nesse aspecto.

Aos que acompanham a saga da substituição do autódromo desde que Jacarepaguá foi demolido sabem que esse ano tivemos uma audiência para tentativa de aprovação da construção da nova pista em Deodoro, eu, desde o início fui e sou contra.

Primeiro porque o lugar é uma área de preservação, e por mais que este governo que assume dia primeiro de janeiro diga que vai acabar com os órgãos de regulação ambiental, certas coisas não devem ser mexidas sob pena de piorar mais ainda o que já está ruim.

Recentemente o grupo que luta pela preservação do espaço publicou um vídeo mostrando que o lugar além de ter virado um lixão dos quartéis da Vila Militar, ainda corre risco de explosões, naquele dia já havia ocorrido um, o que prova que o terreno não foi limpo corretamente, e com o calor que vem fazendo na cidade, o risco de um acidente se torna cada vez maior.

A extinção do Ministério do Esporte serviu como um soco na boca do estomago de muita gente que defende o esporte como profissão mas que mama nas verbas públicas para se manter, pra mim o esporte deveria ser matéria obrigatória desde o ensino básico, o certo seria focar no esporte como atividade recreativa, que a competição vire um negócio a ser pago com recursos particulares.

O automobilismo de modo geral vem sobrevivendo, a F-Truck está tentando renascer dos escombros de sua divisão e posterior reunificação, há muito interesse e dinheiro em jogo, a F-Indy ainda tem algum interesse do público só que com o desmonte do núcleo de cobertura de esportes da Bandeirantes fica difícil pra eles terem mais espaço na grade de transmissão, a última baixa foi do Felipe Giaffone que vinha comentando com muita competência as provas da F-Indy, pelo lado da Globo a baixa foi o Lito Cavalcanti, decano jornalista de automobilismo que seguiu o caminho de Celso Itiberê também demitido.

O crescente desinteresse do jornalismo esportivo com o esporte a motor está empurrando essa categoria para opções alternativas de divulgação, lembrando que esse descaso não é de hoje, só tivemos alguma relevancia na cobertura jornalística na década de 80/90 graças as vitórias brasileiras na F1, com Piquet e Senna, depois disso foi só ladeira abaixo.

A SporTV parece que em 2019 terá a incumbência de levar nas costas a F1, a Stock e a F-Truck, que é o que hoje puxa a aundiência televisa do esporte a motor,e  por conseguinte os melhores patrocínios, mas que hoje é um verdadeiro tanque de tubarões com a nata do automobilismo nacional, com cerca de 2/3 do grid com experiência internacional sendo que muitos já sentaram até num F1.

A F-E ainda sem previsão de aterrissar no Brasil ganhou mais um piloto brasileiro, Felipe Massa irá engrossar as fileiras em busca de vitórias nessa que parece ser a única saída para o automobilismo, os carros elétricos.

Ainda existem núcleos duros que se mantém ativos, como o automobilismo no sul do país, especialmente o gaúcho, já que Santa Catarina só tem autódromos de terra e o Paraná está sucateando o seu principal autódromo, o AIC em Pinhais, vítima de uma ensandecida especulação imobiliária que há anos tenta destruir o equipamento esportivo.

 O caminho para o automobilismo continuar atingindo o seu público vai ser a internet, esse ano assisti muitas provas brasileira pela web, boas transmissões com narração de qualidade, principalmente Luc Monteiro com a CAT TV.

A menção honrosa do ano de 2018 nas transmissões do esporte a motor vem sendo a Fox Sports, que com um núcleo comandado pelo jornalista Flávio Gomes, junto com o competentíssimo Rodrigo Mattar e a enciclopédia do automobilismo Edgard Melo Filho vem fazendo um excelente trabalho cobrindo o esporte a motor mundial, mostrando que existe vida além da F1.

O resto é um deserto, estamos reduzidos a quase nada, teimosos que somos que ainda vemos o automóvel como um objeto de desejo e não como um aplicativo de celular, acreditamos que ainda haverá espaço nas novas gerações para o esporte a motor, apesar do crescente desinteresse pelo automóvel, talvez sejamos a última geração que ainda vá ver os grandes motores a explosão nas pistas, daqui a vinte anos serão todos elétricos, hibridos ou nem tenham rodas.

De resto começarei o ano com um lema: preparado para o pior, mas esperando o melhor.

Feliz 2019 a todos.






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